sábado, 29 de maio de 2010

DESEJO



Para que a turma possa ter a possibilidade de desenvolver a habilidade relativa ao gênero oral, essa semana solicitei que eles confeccionassem um jornal e depois dramatizassem, sim, dramatizassem porque Celestine Freinet, “ O Mestre do Trabalho e do Bom Senso” e educador francês elucida que:
“ É necessário que o teatro seja a expressão corporal ativa e mínima da vida e dos pensamentos da criança. Só assim é que ela se identificará com o palco, tal como tem feito com o texto. As palavras, a mímica, tudo isso se transformará na expressão natural de um desejo ou um pensamento. A criança deixará de cumprir o seu papel como um macaquinho bem amestrado: Tornar-se-á um ator que vive o seu papel, que o anima, que o adapta à sua personalidade, que ri com vontade e que chora realmente.Às vezes as suas próprias faltas de jeito tornam-na ainda mais encantadora. Fazem com que a representação se torne mais comunicativa: palco transforma-se num momento de vida, que é o que deve ser”.
E, além disso, ele nos evidencia que um dos deveres do professor, é criar uma atmosfera laboriosa na escola, de modo que estimule as crianças a fazer experiências, procurar respostas para suas necessidades e inquietações, ajudadas por seus colegas e buscando no professor alguém que organize o trabalho” e dessa forma então, eu e os alunos colocamos em prática. Eles dramatizaram a Fátima e o William do Jornal Nacional e como recurso usaram o microfone e a caixa de som.
Foi um sucesso!
Cleusa J. Machado em “Aula de Teatro é Teatro?” esclarece que ...“na sala de aula existe, geralmente, um momento de contribuições na criação de cada um, na forma de críticas e sugestões, ou nas discussões sobre a distância entre o que se tinha intenção de comunicar e o que de fato foi compreendido. Desta forma, além de companheiros de uma viagem sígnica, isto é, de uma experiência tecida em uma linguagem verbal, os alunos de uma mesma turma podem vir a ser também participantes e testemunhas do movimento intenso e singular que caracteriza o processo de criação de cada um.
Parece então admissível afirmar que no espaço escolar faz-se Teatro, tanto na sua forma mais evidente – o espetáculo-, como nos exercícios e atividades pertinentes ao seu ensino. Esta conclusão ratifica um dos pressupostos da Arte-Educação o qual considera que qualquer indivíduo pode produzir Arte, embora nem todos necessariamente se constituam artistas”.
Embarcados nessa viagem sígnica os alunos da minha turma, os que não haviam lido ainda para os colegas, se levantaram e disseram, eu quero ser o William, e as meninas eu quero ser a Fátima, um aluno enriquecendo o outro na aprendizagem.
Em Formas de Abordagem de Ana FUCHS, está claro que “ Um conhecimento que ultrapassa a idéia do desenvolvimento de uma forma de expressividade ou de desibinição, mas que possibilita também o desenvolvimento da operatoriedade (FÜRTH, 1987, p.178), na medida em que os alunos atores precisam articular diferentes perspectivas de uma mesma ação para resolverem os problemas de cena. O fazer teatral também torna possível uma maior compreensão por parte do indivíduo de si e do mundo que o cerca, pois exige uma reestruturação física e mental para tornar materiais e artísticas as idéias que pretende comunicar. O aluno – ator reconstrói uma forma de agir em cena e de pensar, fazendo relações entre o mundo cotidiano e a cena, construindo uma nova maneira de representar suas ações e refletir sobre o ambiente em que vive. Ela destaca como importante: a utilização de determinada abordagem teatral no contexto escolar não exclui as outras. É preciso saber de forma clara e coerente os objetivos que se pretende alcançar e buscar os melhores caminhos para atingi-los, tendo como princípio que o fazer teatral deve ser construído a partir das necessidades e desejos todos os sujeitos envolvidos no processo. Assim, pode-se fazer do teatro um recurso
riquíssimo para a aprendizagem de outras disciplinas, assim como transformar jogos e brincadeiras em verdadeiros espetáculos. É possível ainda fazer de uma representação um momento ímpar de descobertas e aprendizagem para todos”.
E foi assim , que uma das minhas alunas que tem insegurança ao ler, conseguiu, por uns instantes se libertar e ler mais tranqüila. (“Comunicar-se em diferentes contextos é uma questão de inclusão social, e é papel da escola ensinar isso”).
Acho que com o plano de aula dessa semana foi atingido o principal objetivo, o de despertar o “desejo”, algo que deixa a criança inquieta e com isso ela vai atrás de sua felicidade, de se tornar uma pessoa bem resolvida e de fazer descobertas de si e do mundo que acerca, apresentará suas idéias e defenderá seus argumentos com clareza diante do grupo e como conseqüência estará melhor preparada para o seu futuro profissional.

Referências:
Célestine FREINET in (44).
Cleusa Joceleia Machado- Aula de Teatro é Teatro?
Ana Carolina Muller Fuchs – Formas de abordagem dramática na educação
Revisado por Antônio Falcetta
Cláudio Bazzoni - Revista Nova Escola – Março de 2010

sábado, 22 de maio de 2010

Disney on ice



Disney on ice
Princesas & Heróis

Que espetáculo! Eu como adulta me peguei... imaginando... que estava patinando suavemente com os patinadores... Oh! Que imaginação!
A todo o momento tinha uma surpresa...
Ah! E o beijo do príncipe? Que emoção!!!
Quem dera se todos pudessem assistir ao espetáculo produzido para atender aos desejos e os sonhos de muitos...
Jerry Bilik (diretor de criação) disse que “a experiência da Disney é satisfazer os desejos” (livro para colecionadores) e satisfazendo aos desejos, segundo Carretero (2001, p.8), implica afirmar que todo ato de desejo é um ato de conhecimento e vice-versa”.
Brad Santer (patinador) disse que “o que ele mais gosta na patinação com o Disney On Ice é a possibilidade de difundir mensagens sobre lutar pelos sonhos e sobre como tudo é possível se nos dedicarmos de coração, os sonhos se realizam de verdade” (livro para colecionadores).
Após termos ido ao Gigantinho assistir Disney On Ice, trabalhei com os alunos alguns contos de fadas por entender que “outra camada profunda que fica latente sob a linguagem simbólica dos contos de fadas tem a ver com os desejos, medos e anseios do ser humano em geral, independentemente de época, classe social, nacionalidade. Daí seu imenso valor psicanalítico, já que por muito tempo eles constituíram a forma mais cômoda e acessível para as crianças e as pessoas mais simples pudessem elaborar simbolicamente suas ansiedades, angústias e seus conflitos íntimos – como demonstrou Bruno Bettelheim em A psicanálise dos contos de Fadas”.
Essas histórias sempre funcionaram como uma válvula de escape para as aflições da alma infantil e permitiram que as crianças pudessem vivenciar seus problemas psicológicos de modo simbólico, saindo mais felizes dessa experiência.
Davam-lhe a certeza de que no final tudo acabava bem e todos iam ser felizes para sempre. Tratam do medo do abandono e da rejeição (como nos dois contos que acabamos de citar ou em O Patinho Feio), da rivalidade entre irmãos (como em Cinderela ou A Bela e a Fera), da vontade de ocupar o lugar do pai ou da mãe.
Refletem os eternos conflitos das crianças com imagens contraditórias que tem dos pais, ora vistos como bons e justos, provedores e protetores (reis, cavaleiros, fadas, gênios), ora temidos como entidades muito mais fortes, poderosas, autoritárias e cruéis (gigantes, lobos, dragões, bruxas, madrastas).
Entendidas e aceitas em sua linguagem simbólica, essas histórias de fadas tradicionais se revelam um precioso acervo de experiências emocionais. No final, o pequenino se dá bem em e o fraco vence. A criança pode ficar tranqüila – com ela há de acontecer o mesmo. Um depois do outro, esses contos vão garantindo que o processo de amadurecimento existe, que é possível ter esperança em dias melhores e confiar no futuro.
Conhecer os contos de fadas, além de tudo, permite também que se possa aproveitar plenamente sua ampla descendência, já que esse gênero foi um dos mais fecundos do imaginário popular
".
Estou também dando espaço para os alunos que queiram contar alguma história em aula para que possam fazê-lo com o uso do microfone e acreditem... tem duas alunas que estão bombando, todos os dias elas querem contar uma história ou mais... inclusive elas estão usando tons diferentes e usam diversos ritmos no decorrer da narração.
Referências:
Encantos Para Sempre de Ana Maria Machado

sábado, 15 de maio de 2010

LEER




Em resposta a pergunta “Ensinar a ler é uma tarefa de todas as disciplinas?” feita em uma entrevista de Rodrigo Ratier rratier@abril.com.br da revista Nova Escola a Isabel Solé, professora do departamento de psicologia Evolutiva e da Educação na universidade de Barcelona, na Espanha, ela nos evidencia que “sim. Não apenas para aprender, mas também para pensar. A leitura não é só um meio de adquirir informação: ela também nos torna mais críticos e capazes de considerar diferentes perspectivas. Isso necessita de uma intervenção específica. Se eu, leitora experiente, leio um texto filosófico, provavelmente terei dificuldades, pois não estou familiarizada com esse material. É preciso planejar estratégias específicas para ensinar os alunos a lidar com tarefas de leitura dentro de cada disciplina”.
Concordo plenamente com a Isabel, precisamos formar alunos mais críticos e capazes de considerar diferentes perspectivas, sim...
Os nossos alunos precisam ler e ler muito para saber optar o que é melhor para ele, para seu bairro, sua cidade e seu país e também porque
o futuro da laboridade depende da informação processada e como diz o filósofo Edgar Morin, “informação, não é conhecimento, conhecimento é informação processada”.Para isso é preciso formar um processador ao invés de formar um armazenador de informações.Diferentemente da era do fordismo, o trabalhador precisa ter opinião, tomar decisões assumir riscos, saber trabalhar em equipe, conhecer o processo produtivo, ser multifuncional e interdisciplinar, pensar globalizante, ser crítico e solidário.Neste sentido a escola precisa preparar os alunos com valores de democracia, solidariedade e crítica se quisermos ajudar cidadãos e cidadãs a enfrentar essas políticas de flexibilidade, descentralização e automia propugnadas nas esferas trabalhistas.
Passando para o lado prático os alunos lêem, interpretam problemas, receitas, bilhetes e confeccionam convites para que eles fiquem familiarizados com estes tipos de textos e para saber para que estes textos servem em suas vidas.
Os alunos fizeram convites para o dia da solidariedade o qual se realizou neste dia 15/05, convidando para o corte de cabelo oferecido por mim para pais e alunos, visto que também sou cabeleireira.

domingo, 9 de maio de 2010

THEATER


As histórias, sob a ótica das crianças
Os casos e as fabulações, em que relatos ganham elementos de ficção, são uma marca das narrativas infantis e fazem parte da evolução cognitiva
Thais Gurgel
thais.gurgel@abril.com.br
Para o psicanalista e pesquisador da infância Donald Winnicott (1896-1971), as simbolizações se enquadram no que ele chamou de espaço potencial. "Trata-se de uma área de experiência em que os pequenos podem brincar com a realidade, em que dão um sentido pessoal aos elementos do ambiente e os elaboram à sua maneira para com eles poder lidar", explica Ana Paula Stahlschmidt, doutora em Educação e estudiosa da obra do pesquisador. Esse espaço potencial, segundo Winnicott, deve ser garantido pelo adulto para que o pequeno dê liberdade à sua criação - não apenas artística, mas como uma forma autêntica de encarar a vida. Se, por um lado, fica claro que a criança precisa brincar com os elementos de seu repertório - sem ser reprimida por não estar contando "a verdade" sobre o passeio ao zoológico -, por outro é preciso cuidar para que ela tenha matéria-prima para fazê-lo: um repertório de histórias diversificado. O contato com relatos de experiências nos grupos em que circula (na fala de adultos e também de outras crianças) e com textos literários (lidos e contados) é fundamental para ela se familiarizar com os aspectos estruturais da narrativa, como marcadores de tempo e espaço e a contextualização de situações.
Tem um monstro no meio da história (GURGEL, 2009).
In: Revista Nova Escola. Agosto 2009.

Como podemos ver é importante que o aluno tenha espaço para vivenciar a realidade através do faz de conta. Esta semana os meus alunos imitaram cenas do dia a dia da mãe, por ser o mês das mães.
Eles gostam do teatro mudo que é uma brincadeira que a professora ou um colega cochicha no ouvido do aluno algo para ele representar e os colegas precisam descobrir o que ele está fazendo, e quem acertar vai para o lugar de quem está representando e representa outra cena.
Estas vivências em sala de aula são importantes para o aluno também porque através dessas brincadeiras de imitar fatos reais pode ficar mais fácil para ele enfrentar situações futuras e se tornar uma pessoa bem resolvida.
As mães precisam dar este espaço para os filhos também, precisam deixar seus filhos serem crianças, brincar com terra, água, folhas etc..