domingo, 4 de novembro de 2007

ENCANTOS PARA SEMPRE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA A DISTÂNCIA

BLOCO5

Literatura Infanto Juvenil

Resumo do texto “ENCANTOS PARA SEMPRE”, da obra “COMO E POR QUE LER CLÁSSICOS UNIVERSAIS DESDE CEDO”, de Ana Maria Machado.

Histórias populares são chamadas de contos de fadas.
Os contos de fadas não são considerados pelos críticos com a mesma nobreza de outros clássicos.
Talvez a causa de terem pouco prestígio e nobreza seja o pouco oferecimento às crianças e por serem consideradas pouco importantes e sem nobreza literária, se acha que podem então ser destinadas ás crianças.
*Os contos de fadas, não foram escritos com o objetivo específico de procurarem a garotada como público alvo.
*O alto nível de sua qualidade artística e a sua força cultural são atestados pela sua universalidade e sua permanência.

Os preconceitos se explicam, provavelmente, pelo fato de que esses contos são criações populares. Isso significa que foram feitos por artistas do povo. Trabalhavam coletivamente (quem contava um conto aumentava um ponto.
Para muitos estudiosos, os contos de fadas estão associados a alguns ritos das sociedades primitivas. Sobretudo ritos de passagem de uma idade para outra, ou de um estado civil a outro.
Charles Perroult em 1697 recontou e publicou alguns poucos desses contos.
O nome do autor e o gênero com versões imortais de Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, O Pequeno Polegar, Barba Azul, As Fadas, O Gato de Botas, Pele de Asno, Cinderela, Os desejos Ridículos, Riquete de Topete.
Em 1802, na Alemanha, foi feita outra coletânea dessas histórias populares. Reunia 210 contos. Organizada por Wilhelm e Jacob Grimm, dois irmãos que eram pesquisadores.
Além de outras versões dos contos que já constavam da obra de Perrault, os irmãos Grimm ajudaram a trazer até nós alguns contos de fadas absolutamente eternos e conhecidíssimos até hoje. Entre eles, Branca de Neve, O Rei Sapo, Os Cisnes Selvagens, Os músicos de Bremen (que tornou a fazer muito sucesso recentemente em adptação de Sérgio Bardotti e Chico Buarque, com o nome Os Saltimbancos ), O Alfaiate Valente, Rumpeltistiskin, João e Maria, A Guardadora de Gansos.
Outra grande antologia de contos de fadas surgiu também na Europa. Mais exatamente na Dinamarca. O resposável por ela foi Hans Christian Andersen.
O dinamarquês apresenta uma grande diferença em relação aos outros dois. Tanto que muitas vezes é chamado de “o pai da literatura infantil”.
É que Andersen, não se limitou em recolher e recontar as histórias tradicionais que corriam pela boca do povo. Ele foi mais além e criou várias histórias novas, seguindo os modelos dos contos tradicionais, mas trazendo sua marca individual e inconfundível – uma visão poética misturada com profunda melancolia.
Trouxe novidades como O Patinho Feio, A Roupa Nova do Imperador, Polegarzinha, A Pequena Sereia, O Soldadinho de Chumbo, O Pinheirinho e tantas outras.
Essa possibilidade acendeu a imaginação de outros autores. A partir daí, pela primeira vez, algumas obras começaram a ser criadas para a leitura infantil, sem intenção didática.
Por outro lado, grandes escritores consagrados em outros gêneros também se aventuraram a desafiar os preconceitos e fazer incursões criativas pelos contos de fadas – com o inglês Oscar Wilde, por exemplo, que nos deu algumas obras- primas como o Rouxinol e a Rosa, O Príncipe Feliz e o Gigante Egoísta.
Na segunda metade do século xx o grande escritor italiano Ítalo Calvino se dedicou também a um projeto de compilação nacional de contos de fadas que anteriormente só tinham recolhidos regionalmente e organizou Fábulas Italianas, um volume imperdível. Existem ainda antologias de contos de fadas de várias nacionalidades: russos, irlandeses. Sempre uma leitura fascinante.
O tipo de clássico que deve ser conhecido desde cedo.
Para a autora Ana Maria Machado “ a Literatura popular inicialmente era oral, mas, de qualquer forma, literatura. Uma manifestação artística por meio de palavras. Uma forma de produção cultural que tem seu próprio sentido, lentamente elaborado pelos diferentes elementos da narrativa, à medida que a história se desenrola e se encaminha para seu final, consolidando seu significado profundo”.
Segundo a autora “o homem conta histórias para tentar entender a vida, sua passagem pelo mundo, ver na existência uma espécie de lógica. Cada texto e cada autor lidam com elementos diferentes nessa busca, e vão adequando formas de expressão e conteúdo de um jeito que mantêm uma coerência interna profunda que lhe dão sentido. Mexer neles é alterar esse sentido. Muitas vezes, equivale a transformar a nova versão em alguma coisa esdrúxula, sem pé nem cabeça.
Os clássicos claramente destinados aos adultos são geralmente mais respeitados, mesmo ao serem condensados e adaptados para a juventude. Os eventuais adaptadores costumam fazer uma certa cerimônia com eles, não se acham no direito de adulterá-los com tanta profundidade como fazem com as obras para a infância.A autora Ana Maria “diz que é bastante freqüente que surjam resultados que são um total absurdo, saído de cabeças que desejam censurar e exercer seu poder sobre os pequenos e que revelem grandes doses de sensibilidade ou inteligência para lidar com um material tão precioso”.



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